quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Por que o trabalho voluntário?

Trabalhar como voluntário em prol de alguma causa pode não trazer um salário, mas traz algo muito além de remuneração. Somos privilegiados por termos casa, saúde, família, trabalho, amigos. Pensemos naqueles que não tem uma casa, uma profissão, uma perspectiva de ver a vida tendo a certeza de um amanhã de esperanças. Daqueles que não tem a opção de escolha. Na África crianças morrem, todos os dias, por falta do mínimo necessário. Mulheres são vendidas como se fossem objetos sexuais. A ajuda humanitária, muitas vezes, não chega devido às guerras civis.

O certo seria todo ser humano ter condições mínimas de higiene, alimentação, moradia, educação; enfim, cidadania. Ser humano com direito de ser humano! Mas, por diversos motivos, seja ambiental, ausência de políticas públicas concernentes às questões de determinada região ou falta de interesse dos líderes políticos, muitas pessoas estão abaixo da linha de pobreza. Alguns podem dizer: mas o que eu posso fazer?


A ONE, cujo co-fundador é Bono, chama todos aqueles que se sentem atingidos ao ler notícias a respeito de nossos irmãos africanos, a participar da grande jornada. No momento, a Somália passa pela maior seca dos últimos sessenta anos. Há crianças que não conseguem ter forças para chorar. A fome mata silenciosamente. Vagarosamente. É inconcebível ver seres humanos perdendo suas vidas para a fome. Para doenças tratáveis. Para as guerras civis. Podemos nos unir em uma corrente. Em busca de melhorias nas condições de saúde, moradia, educação daquele povo historicamente sofrido.


É importante salientar que a ajuda humanitária de emergência é crucial para que, no momento, as pessoas possam lutar pelas suas vidas. Contudo, o que se busca, de fato, é a inserção dessas pessoas na educação, na moradia, na saúde, no trabalho. Aquelas pessoas precisam de trabalho digno para o sustento. O comércio de determinada região gera empregos que trazem consigo renda e melhores condições de vida. Tudo é interdependente. E é essa uma de nossas metas: ajudar os nossos irmãos africanos a caminharem sozinhos. Precisamos levar esperança e soluções.


E você, amigo leitor, pode nos ajudar. Não pedimos o seu dinheiro. Pedimos apenas que nos ajude assinando as petições divulgadas no site oficial da ONE:
http://www.one.org/. A sua assinatura é a voz de muitos. Através dela podemos, por meio de cobrança junto às autoridades mundiais, mudar a vida de pessoas que não tem voz. Seja nosso voluntário assinando e divulgando as petições. Divulgue entre os amigos, familiares, colegas de trabalho. Vamos propagar a força que um simples gesto pode trazer aos africanos. Não nos esqueçamos de que eles são os nossos irmãos. As nossas verdadeiras raízes. 


Por Monica Brito

 

terça-feira, 30 de agosto de 2011

A brutalidade da fome urbana no Quênia: A história de Alice

Elizabeth Wright (Concern Worldwide – www.concernusa.org) explica como a fome afetou os moradores de Mukuru, favela de Nairóbi, Quênia, e compartilha a história devastadora de Alice, que se prostituiu.

A favela Mukuru em Nairobi tem uma população estimada de 200.000 pessoas. Os preços altos estão tornando os  alimentos inacessíveis para a população.


Como tem sido largamente noticiado em todo o planeta, a pior crise humanitária do mundo está assolando o leste da África. De acordo com o relatório “Food Price Watch” (ou “Painel de preços de alimentos”) do Banco Mundial, divulgado na semana passada, os preços dos cereais atingiram níveis recorde no Quênia, Etiópia e Somália, e o suprimento de grãos básicos nestas áreas é muito baixo. A seca mais severa em seis décadas – combinada com as alarmantes altas em alimentos básicos e no preço do combustível – criou um “triângulo de fome”, que tem deixado mais de 12 milhões de pessoas sem recursos adequados para se alimentarem.

No Quênia, 3,5 milhões de pessoas estão em estado de extrema fome. De acordo com dados recentes, 385.000 crianças e 90.000 mulheres grávidas e lactantes estão desnutridas.

Agnes Duta e sua filha Blessing de 2 anos de idade vivem na favela Korogocho com menos de 50 Shillings por dia (US$ 0,50). Agnes só consegue dar a sua filha uma ração de arroz por dia, e Blessing está com uma infecção respiratória aguda, provavelmente em conseqüência da fome.
 


Comida fora de alcance para a população pobre das cidades 

A população urbana e pobre do Quênia está sentindo a parte dura da seca. Em Nairóbi, estima-se que dois terços da população vivem em favelas e gasta entre 40 e 60 por cento de sua renda diária com comida.

Os moradores da favela têm ainda que pagar por proteção, uso de latrinas, água, querosene para cozinha, aquecimento e iluminação, transporte, taxas escolares e assistência médica. Devido à seca, há menos comida disponível nos mercados, e os preços de alimentos básicos como milho aumentaram mais de 200 por cento em alguns mercados das favelas de Nairóbi nos últimos 5 meses. Com uma renda familiar média de 170 Shillings quenianos por dia (US$ 1,70), eles não têm o suficiente para alimentação e necessidades básicas.

Então como eles sobrevivem? Pessoas como Alice Duta estão sendo forçadas a fazer o que for preciso, inclusive pondo em risco sua segurança para assegurar que seus filhos sejam alimentados.

Alice aluga um quarto na favela Korogocho em Nairóbi por 800 Shillings quenianos (US$ 8) por mês. Ela é uma mãe solteira de 3 filhos. Até pouco tempo, ganhava em média 100 Shillings por dia lavando roupas para fora, mas o trabalho era muito inconstante. Há cerca de 6 meses Alice conseguia comprar uma sacola de 1 kg de farinha de milho (o suficiente para alimentar toda a família por dois dias) no mercado por 50 Shillings. “Mas os preços aumentaram tanto que eu não conseguia mais o suficiente lavando roupas para comprar comida. Na maior parte do tempo, eu não tinha trabalho. Eu precisava alimentar minhas crianças”, diz Alice. “Eles tinham que comer”.

Escolhas de vida ou morte 

A mãe de Alice faleceu e seu pai vive longe, em uma área rural pobre. Ela não tem marido ou outro mebro da família para ajudá-la. Ficou dias sem comer e atrasou muito o aluguel. O senhorio começou a vir a sua casa todos os dias cobrando seu dinheiro. Alice fez o que sentiu que era uma escolha de vida ou morte. Recorreu à prostituição para alimentar suas crianças. “Eu não queria fazer isso. Mas meus filhos precisavam comer”, ela diz.

A maioria das noites Alice recebe apenas 50 Shillings. Sai de casa tarde, leva suas crianças até a casa de um vizinho e retorna de manhã para acordá-los. Às vezes é espancada e homens se recusam a pagá-la. Alguns de seus vizinhos a odeiam por se prostituir, ela diz.

Bessie Nikhozi e Edith Yabula, do Concern Worldwide Program, que trabalham para um parceiro local apoiado pelo Concern dizem que mais e mais pessoas nas favelas estão recorrendo a formas negativas de enfrentamento da crise como prostituição, venda de bens, trabalho infantil e estão tirando suas crianças da escola porque não podem arcar com as taxas.

Concern Worldwide lançou dois programas de emergência (nutricional e de subsistência) nas favelas de Nairobi para dar apoio a famílias pobres na crise corrente e assegurar tratamento para crianças mal nutridas. Os programas emergenciais têm como meta atender mais de 20.000 pessoas vulneráveis com transferências mensais de recursos via M-PESA, um serviço de transferência de dinheiro. Estes envios de recursos vão dar a mães vulneráveis como Alice uma tábua de salvação que elas não teriam de outra forma.

Perguntada sobre o que ela pensa que poderia melhorar sua vida significativamente, Alice diz: “Minha felicidade são meus filhos. Eu gostaria de vê-los felizes e saudáveis”.

-Elizabeth Wright, Concern Worldwide


Por One Partners (Parceiros da ONE)
Versão em Português: Silvia Pazin

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Conferência: Crise no Chifre da África


Dia 25/08/2011 ocorreu uma conferência mundial da One.org por telefone onde foi abordada a crise no Chifre da África. Pessoas do mundo inteiro puderam acompanhar a discussão através de chamadas pré cadastradas no site da One.

A conferência contou com a participação de Joshua Lozman (CEO da ONE África), Cindy Mccain (esposa de John Mccain - Senador Americano) e representantes da ONE. Joshua Lozman deu um depoimento sobre cenas que vivenciou em Dadaab, onde famílias inteiras estão morrendo diariamente devido à fome. Relatou oque presenciou, e a falta do poder do Estado e uma sociedade em pedaços. A ausência do Estado durante décadas tirou qualquer perspectiva de vida dessas pessoas. Elas não recebem nenhum tipo de assistência social, econômica, sanitária ou de saúde, assim como nenhum incentivo ou meio de desenvolvimento educacional para as crianças.

Além do sofrimento devido às necessidades básicas, a população ainda sofre com violência sexual, AIDS e a venda dos corpos como tentativa de sobrevivência.

A rotina se repete através das gerações. A crise provocada pela fome agrava a situação dos países como Somália e Quênia, gerando assim o total desequilíbrio de convivência social.

Foi discutido também como as ações locais e globais podem levar outra realidade para estes lugares. As pessoas necessitam de instrução, consciência e apoio em busca de seus direitos como seres humanos. E como as ações das comunidades internacionais devem ser usadas com urgência devido a centenas de pessoas estarem morrendo diariamente.

Foi citada também a força que uma única pessoa tem: cada um em sua comunidade tem o poder de comover e conscientizar inúmeras pessoas a agirem também, usando como exemplo a Líbia, onde a consciência e a voz de milhares de pessoas estão promovendo o sucesso na luta pelo direito à liberdade.
 
Por: Mayra Redicopa Civitati e Luiz Fernando Gonçalves
 

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Sobre a One


Quem somos?


A One é uma organização de defesa e base para campanhas de combate a pobreza extrema e doenças evitáveis, especialmente na África. Bono é co-fundador e trabalha em estreita colaboração com os ativistas e formuladores de política.


Como trabalhamos?


Através de sensibilização pública e pressionando os líderes mundiais a cumprirem compromissos para o combate da pobreza extrema, além do desenvolvimento, democracia e transparência. 


 
Como você pode nos ajudar?


Assinando nossas petições e divulgando na sua rede de amigos nossos esforços em prol de um mundo melhor.


Não queremos seu dinheiro, queremos sua voz.


http://www.one.org