quarta-feira, 31 de julho de 2013

Quanto custa o excesso de chuva? Pergunte à agricultora queniana Anne

Em parceria com o Fundo One Acre, estamos seguindo Anne, uma pequena agricultora do Quênia, pela safra inteira. Do plantio à colheita, vamos averiguar em cada mês para ver como a vida realmente é para um agricultor da zona rural do Quênia. Escrito por Hailey Tucker.
Foto: Anne em casa no Kisiwa, Quênia. Foto: Hailey Tucker
No oeste do Quênia o plantio bem sucedido para o ano é tipicamente visto como questão de material, habilidade e conhecimento. No entanto, a maioria dos agricultores reconhece que finalmente – independente da especialização – a germinação de plantas pode ser conquistada ou perdida pelas chuvas.

Para os agricultores que plantam muito cedo não haverá chuva consistente o suficiente para ajudar suas culturas a crescerem. Para os agricultores que esperam o tempo suficiente, mas se sem sorte, as sementes recém-semeadas serão lavadas pelas chuvas antes das mudas terem a chance de criarem raízes.

Tentar identificar o momento perfeito faz do plantio uma das escolhas mais cheias de risco que um agricultor pode fazer.

Foto: Anne (à esquerda) e Rasoa Wasike,
ambas membros do Grupo de Mulheres Kabuchai,
plantando milho-miúdo. Foto: Hailey Tucker
Há algumas noites seguidas estava muito quente para Anne dormir e quente demais parasequer se cobrir com qualquer tipo de cobertor, então ela sabia que estava chegando a hora. Anne estava acordada em um colchão umedecido de suor e ouvia um forte vento sussurrante nas árvores.

“Quando a temperatura permanece alta durante a noite e os ventos estão soprando forte de oeste para leste, eu acredito que as chuvas estão muito perto”, diz Anne. “Em seguida, no dia, eu observo as nuvens. Se há nuvens escuras e elas ficam mais perto da Terra do que as nuvens claras, então eu sei que as chuvas estão chegando.”

Após ter visto os sinais que Anne associou com chuvas que viriam, decidiu plantar parte de seu milho para a temporada no dia 22 de março e, em seguida, terminou o resto do terreno em 25 de março depois de tirar alguns dias para o funeral de sua sogra.

Na manhã de plantio, Anne e seu marido Isaac reuniram-se com seus parentes para rezar sobre as suas sementes e fertilizantes. “Eu sou uma crente”, diz Anne. “Eu sou espiritual, deste modo antes de plantar minha família vai rezar.” Isaac, que é pastor em uma igreja local, conduz a oração.

Após o plantio, Anne comentou: “Preparar o manuseio da terra para o milho-miúdo requer muito comprometimento e trabalho, porque tivemos que romper o solo muito fino e remover todos os detritos. Toda a preparação é útil, porque, em seguida, torna ainda mais fácil que o plantio do milho.”

Em 23 de março, as chuvas foram pesadas e como o terreno de Anne está situado em uma ligeira inclinação, seu primeiro ciclo de sementes recebeu de mais água do que o normal. Olhando para o terreno, duas semanas depois, os sulcos que uma vez dividiram suas carreiras de sementes são pouco visíveis, mas os trechos de milho-miúdo ainda começam a aparecer.

“As chuvas estão um pouco diferentes este ano, porque elas geralmente vêm em abril”, diz Anne. “Elas vieram este ano em março, em vez disso, e também são muito mais pesadas.”
Os primeiros brotos verdes de milho-miúdo germinando. Foto: Hailey Tucker
A segunda metade do seu terreno recebeu chuva leve na maior parte dos dias, imediatamente após o plantio, que é o melhor que Anne poderia ter pedido.

“Acredito que estas são boas”, Anne diz apontando para o segundo conjunto de mudas. “Elas são muito melhores. Eu acho que irão germinar bem.”

Você tem uma pergunta ou mensagem para Anne? Deixe um comentário e nós iremos levá-lo diretamente a ela, no Quênia, e tentar respondê-lo na próxima edição.

O Fundo One Acre serve 125 mil pequenos agricultores no Quênia, Ruanda e Burundi, ajudando-os a aumentar as suas colheitas e rendimentos. Ele fornece aos agricultores um pacote de serviços que inclui sementes e fertilizantes, crédito, treinamento, facilitação de mercado e os permite dobrarem a sua renda por hectare plantado. Para saber mais sobre o seu trabalho, você pode ler Roger Thurow em ‘"A Última Estação da Fome".

Pela Convidada Blogger: Hailey Tucker
Versão em Português: Mônica Brito

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Power of One

A cada minuto uma criança morre de Malária.
Mas a mudança está chegando.
A Esperança é Real.
E o poder é seu.
Custa apenas Um dólar salvar a vida de Uma Criança.
Um dólar doado, Uma Criança salva.
Este é o Poder.
Esteja lá quando tudo começar.
Junte-se a nossa missão Po1.org

Por Malaria No More
Versão em Português: Li Lima 

quarta-feira, 24 de julho de 2013

VIDEO: Como ser um ‘Fativista’- em conversa com Bono e Bill Gates


Bono e Bill Gates estavam na Cúpula Filantrópica Forbes falando sobre a ONE e a (RED) no início de junho de 2013. Também estavam presentes a presidente da Libéria Ellen Johnson Sirleaf, o prêmio Nobel Professor Muhammad Yunus e os maiores filantropos do mundo, incluindo Warren Buffett.

Como parte de uma conversa abrangente, Bill e Bono discutiram o poder do apoio dado para ampliar as mudanças através do trabalho com governos – e o papel fundamental da transparência no combate à corrupção.

Bill disse: “Eu acho que a chave para toda a filantropia é como você desbloqueia setores muito maiores – o setor público e o setor empresarial. Digamos que você tem um objetivo de reduzir o número de crianças menores de cinco anos que morrem a cada ano – a filantropia direta, como inventar vacinas, comprar vacinas, entregando-as, não fará um grande abalo no problema. [...] A menos que você esteja profundamente envolvido (inovação empresarial, apoio do governo), você provavelmente não terá um grande impacto”.

Ambos salientaram como os bons dados são importantes para a campanha. Bono disse: “Eu aprendi a ser um ativista baseado em evidências. Cortar a porcaria. Descobrir o que funciona. Descobrir o que não funciona, repetir o que funciona, aumentar o que funciona e parar de fazer o que não funciona. Eu não venho de uma tradição hippie de vamos todos de mãos dadas e o mundo vai ser um lugar melhor.”

Assista ao vídeo (em inglês)...

E a sessão de perguntas e respostas com o auditório (em inglês).

Saiba mais sobre o evento organizado pela Forbes.

Por Convidado Blogger
Versão em Português: Mônica Brito

sexta-feira, 19 de julho de 2013

De cair o queixo, estatística vira a cabeça

Crianças na Escola Mawango em Malawi comendo um lanche matinal de mingau, apoiado pelo Programa Alimentar Mundial. Foto: Morgana Wingward
Não é sempre que eu leio uma estatística que faz o meu queixo cair e virar a minha cabeça. Hoje, eu li.

A eminente revista médica britânica The Lancet divulgou um novo estudo sobre a nutrição infantil e materna. No relatório a descoberta mais chocante: estamos (absolutamente) errados sobre a desnutrição. Sim, sabíamos que a desnutrição é um grave problema em todo o mundo em desenvolvimento. Sim, sabíamos que a mesma rouba de milhões de crianças vidas e futuros produtivos. Mas o que não sabemos é o quanto ruim ela realmente é.

Hoje nós aprendemos que o flagelo da desnutrição é uma ameaça muito maior para a vida das crianças do que jamais imaginamos. Acontece que chocantes 3.1 milhões de crianças morrem a cada ano por causa do problema básico de desnutrição. Isso representa 45% de todas as mortes de crianças menores de 5 anos de idade, e não um terço do previamente entendido. Em outras palavras, a desnutrição é responsável por mais de 600.000 mortes de crianças, a cada ano, do que imaginávamos.

Em cima disso, para as crianças que conseguem sobreviver à desnutrição em seus primeiros anos, 165 milhões vão crescer atrofiadas como resultado. Isso significa que o seu crescimento, a capacidade de aprendizado, o desenvolvimento cognitivo, o rendimento futuro e a produtividade são prejudicados – pelo resto de suas vidas. E isso também significa que o desenvolvimento do capital humano e de países inteiros é sabotado.

O que é tão chocante sobre essa estatística é a sobreposição do que os doadores estão contribuindo agora para a luta contra a desnutrição. A ajuda total global de nutrição básica no ano passado foi de apenas $418 milhões de dólares, ou apenas de 0,4% de toda a ajuda estrangeira. Como pode ser isso, quando a desnutrição atinge milhões de vidas e afeta crianças e mães mais pobres do mundo?

Felizmente, há uma boa notícia – e na hora certa. Os autores de Lancet descobriram que milhões de vidas infantis podem ser salvas, a cada ano, se um conjunto de 10 comprovadas intervenções nutricionais forem ampliadas. Isso não é fácil e custa dinheiro – US$ 3-4 bilhões/ano dos doadores, de acordo com o novo estudo. Mas nós temos a evidência e as soluções. O que precisamos agora é a vontade política dos líderes para, finalmente, resolver esta crise de nutrição.

No Evento Nutrição para o Crescimento em Londres, o Primeiro Ministro David Cameron e o Governo do Brasil chamaram esses líderes, chefes de Estado, Diretores Executivos e chefes de fundações e organizações da sociedade civil para fazerem promessas ousadas para financiar a luta. As últimas notícias do The Lancet devem acrescentar urgência às suas chamadas e devem desencadear uma ação ainda mais ambiciosa.

350.000 membros da ONE demonstraram o seu apoio assinando nossa campanha Revolução Alimentar Global
Os líderes mundiais precisam intensificar os esforços. O momento para agir é agora.

Por Molly Kinder
Versão em Português: Mônica Brito

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Experimentos da agricultora Anne com batata-doce de polpa alaranjada

Em parceria com o Fundo One Acre, estamos seguindo Anne, uma pequena agricultora do Quênia, pela safra inteira. Do plantio à colheita, vamos averiguar em cada mês para ver como a vida realmente é para uma agricultora da zona rural do Quênia. 

Para o período de 2013, o Fundo One Acre ofereceu a cada um dos seus agricultores quenianos mais de 400 cepas vivas de batata-doce para plantar e colher.
Foto: Anne com suas novas plantas de batata-doce de polpa alaranjada. Crédito da foto: Fundo One Acre
Anne estava especialmente animada para receber suas cepas de batata-doce. Sua mãe costumava cultivar batata-doce todos os anos e Anne, geralmente, plantava um pequeno lote. No entanto, Anne espera que essas batatas sejam diferentes.

As cepas irão produzir batata-doce de polpa alaranjada, opostas às brancas que ela e sua mãe têm cultivado. Batatas-doces de polpa alaranjada são superiores às brancas, porque fornecem nutrientes importantes como as vitaminas C, A e B6.

O método de plantio do Fundo One Acre para batatas é diferente daquele que Anne utilizava no passado. Inclui técnicas que ela nunca tentou antes.
“Estou muito curiosa para ver como as batatas irão se desempenhar; então, eu poderei comparar entre as batatas anteriores e essas”, disse Anne.
“Espero que estas tenham um bom desempenho”, diz ela, enquanto escolhe as cepas cortadas com suas mãos, removendo quaisquer que acha murchas.

O método do Fundo One Acre para o plantio de batata-doce incentiva agricultores a criarem sulcos e plantar as cepas ao longo do topo de cada cume. Anne já havia plantado as batatas-doces em montes.
Anne experimenta o plantio de batatas-doces em sulcos. Crédito da foto: Fundo One Acre
“Este método de plantio de usar sulcos eu vi há muito tempo com a minha mãe, mas a forma como as cepas são plantadas no sulco é diferente de como ela costumava fazer”, diz Anne. “O Fundo One Acre disse para plantar as cepas no topo da serra. Minha mãe costumava plantá-las ao longo dos lados”.

Anne recebeu as suas cepas de batata-doce dia 06 de maio e as plantou com seus dois filhos mais velhos no dia 13 de maio. Eles plantaram as cepas em um terreno de Anne, perto da Igreja onde Isaac, seu marido, prega.

Anne diz que o novo método de plantio não foi muito difícil e espera que colher as batatas fora dos sulcos seja mais fácil do que colhê-las fora dos montes como ela estava acostumada.
Ela provou batatas-doces de polpa alaranjada antes e diz que tem sabor diferente da variedade que ela geralmente cultiva.

“Eu não me importo se elas são laranja ou branca, porque são ambas batatas e são ambas comestíveis!”, diz Anne. “As laranjas têm gosto muito doce para mim. Elas têm gosto de açúcar.”

Anne vai colher suas batatas doces em algum momento de agosto. Vamos compartilhar os resultados de sua colheita com você em poucos meses!

Enquanto isso, aqui estão mais algumas respostas para as perguntas que você enviou para Anne em maio.

Marietta perguntou: Anne, os pequenos agricultores dividem ou têm acesso a um boi, a fim de arar o solo?

Anne: Este ano eu usei dois bois para a primeira lavoura de minha terra e, em seguida, fiz a segunda com a mão. Eu aluguei os bois por um dia, pelo preço de 1.000 xelins quenianos (US$ 12 USD) por dia. Quando eu limpava com a mão, levava uma semana de 08h30 às 12:00 para limpar a mesma terra.

Karen E Van Buskirk perguntou: Olá Anne no Quênia! Eu vou orar para que você tenha um grande ano com as suas culturas. Quais as ferramentas que você usa?

Anne: “A ferramenta que eu mais uso é um jembe (enxada). Minha terra é livre de árvores, então não preciso de um panga (facão) e de outra ferramenta qualquer para derrubar algo. Eu uso o jembe para lavrar a minha terra, romper o solo e fazer linhas e sulcos para o plantio.”

Por Convidado Blogger: Hailey Tucker
Versão em Português: Mônica Brito

quinta-feira, 11 de julho de 2013

ENERGIZAR a luta contra a pobreza extrema


Atue Agora.

Adicione seu nome

Um projeto de lei foi introduzido na Câmara pelo Presidente de Relações Exteriores Ed Royce (R-CA) e o congressista democrata sênior Eliot Engel (D-NY) que levará eletricidade a 50 milhões de africanos pela primeira vez.
Por que este é um negócio tão grande? Porque na África Subsaariana 7 em cada 10 pessoas não têm acesso à eletricidade. Mães dão à luz no escuro. Famílias não podem refrigerar seus alimentos. Crianças são forçadas a fazer sua lição de casa à noite com apenas uma vela ou lanterna.
Adicione seu nome e deixe os congressistas saberem que é hora de iluminar a África hoje.

A Petição:

Caros congressistas,
Por favor, ajudem a iluminar a África, apoiando o projeto de lei que irá fornecer para 50 milhões de pessoas acesso à energia elétrica pela primeira vez. Esse projeto vai transformar a vida das pessoas – e nos manter no caminho certo para acabar com a pobreza extrema até 2030.

Via:ONE
Versão em Português: Mônica Brito

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Você já se perguntou como funciona (RED)?

Quando você escolhe comprar (RED), uma parte dos lucros vão diretamente para o Fundo Global e são investidos em programas de combate ao HIV/AIDS na África. Veja o impacto das contribuições (RED) no Lesotho. COMPRE (RED), SALVE VIDAS. 

Saiba mais em: (RED)
No Twitter: 

quarta-feira, 3 de julho de 2013

O que aprendemos na Cúpula do G8 2013


A Reação da ONE aos resultados do G8 por Adrian Lovett, Diretor da ONE Europa:

Há duas maneiras de analisar um comunicado G8. Uma delas é o que você faz nos minutos após ser emitido, digitalização desesperada de frases, parágrafos, páginas inteiras em segundos, seus olhos alertas para palavras chave, tentando construir uma impressão instantânea de ter tido sucesso em um ato de fraude, se as coisas saíram melhor (não prenda o fôlego) ou pior (isso é melhor) do que você esperava.

Nestes momentos, das menores coisas emergem as maiores, como o uso do “por exemplo” em vez de “incluindo” (o último significado que se seguirá pode realmente acontecer, o primeiro significado que se seguirá foi; provavelmente, contrário a todos ao redor da mesa, exceto ao anfitrião). Comunicados precisam deste tipo de análise rápida e brutal. Sem eles, os holofotes da mídia efêmera podem publicar antes de notações significantemente genuínas (ou mesmo atualizações) inseridas no texto e a chance de testar líderes contra suas intenções pré Cúpula é perdida até ninguém estar escutando.

A outra maneira de analisar um comunicado é o que você faz no mesmo dia, em um voo, ou com um copo na mão, ou sentado na cama antes de, finalmente, entregar-se ao sono após dias de loucura por causa da cúpula. Isto realmente o envolve a lê-lo.

O comunicado 2013 produzido ontem, quando o G8 envolvia-se em sua reunião perto de Enniskillen, incluindo a declaração de uma página “Lough Erne”, é incomum em valer uma leitura adequada. Existe um fio condutor que passa por ele. Não é muito longo. E tem algumas passagens que podem ser realmente significativas na obrigatoriedade da ação ousada nos meses e anos vindouros.

Tome a declaração, uma lista de dez frases que, em conjunto, demandam um alto padrão de comportamento para os membros G8 a partir de agora. Ponto quatro: “Os países em desenvolvimento devem ter a informação e a capacidade de recolher impostos devidos a eles – e outros países têm o dever de ajudá-los”. É fácil encontrar buracos. O uso repetido de “deve” ao invés do mais resistente “vontade”, por exemplo, não passou despercebido. Mas a preocupação com detalhes insignificantes perde a grande oportunidade. Ativistas devem levar essa declaração pelo valor nominal, anunciá-la amplamente e lançá-la de volta para os líderes do G8 cada vez que eles forem insuficientes – se ao não defender os direitos territoriais dos povos marginalizados, excluindo os países em desenvolvimento do acesso à informação sobre as receitas que estão perdendo para paraísos fiscais e países mais ricos, ou cedendo aos esforços de lobby dos grandes grupos para manter em segredo os pagamentos que fazem aos governos.

Há, sem dúvida, decepções neste comunicado. A maior decepção é em torno do fracasso do G8 como um todo para concordar em compilar informações que demonstrem quem realmente se beneficia da propriedade de cada empresa. Se o G8 tivesse concordado em fazer isso e publicar os resultados, ele realmente teria colocado alguma aceleração na revolução transparência. O fato deles não conseguirem concordar em compilá-los mesmo para o uso de agências de aplicação da lei é deprimente (embora cinco dos G8 estejam indo consultar como fazer, no mínimo, isto). Cabe agora ao Reino Unido e a França, que mostraram liderança, conduzirem uma abordagem europeia positiva em “propriedade efetiva”, através da União Europeia.

Outro golpe é a falta de novos recursos para apoiar o discurso positivo para a agricultura, depois que David Cameron reconheceu, desde o início, que esta seria uma cúpula “deixe o seu talão de cheques em casa”. Ninguém consegue argumentar com o apelo de financiamento para atender a emergência humanitária na Síria. Mas 1.5 bilhões de dólares levantados em uma tarde para a Síria passa a ser quase o mesmo que o déficit no Programa Global de Agricultura e Segurança Alimentar que, no ano passado, o G8 prometeu preencher – uma promessa até agora inteiramente não cumprida. A classificação de necessidades humanas desesperadoras é um negócio perigoso, mas muitos irão se perguntar por que a situação de emergência crônica da pobreza extrema e da fome não ordena a chamada de recursos como a crise aguda na Síria. Ambas são uma questão de vida ou morte.

No entanto, em outras partes do comunicado (analisadas aqui pelos meus colegas Alan Hudson e Verity Outram) são sinais tentadores do quanto o debate fiscal e a transparência mudou no ano passado e até que ponto os países em desenvolvimento poderiam se beneficiar. O G8 deixa claro que os países em desenvolvimento devem ser capazes de participar plenamente da troca de informações necessárias para que eles, efetivamente, coletem os impostos que são devidos. O impulso para a transparência no setor extrativo, tão importante para os países em desenvolvimento ricos em recursos, é flutuante depois que o Canadá se comprometeu a corresponder à legislação da UE e dos EUA em um anúncio pré-cúpula. E na pouco divulgada Carta Dados Abertos foi acordado o que poderia transformar o modo como a informação do governo é apresentada, colocando nas mãos dos cidadãos os meios para forçar seus governos a prestarem contas.

Tudo isto significa que há uma abundância de motivos para o incentivo de Lough Erne e aqueles que empurraram esta pedra até a colina tem algo a mostrar pelos seus esforços. A Campanha “Comida Suficiente Para Todos SE” deve se sentir orgulhosa, segurando em conjunto uma forte coalizão de 200 para entregar uma mensagem que chamou a atenção e alavancou a ação. 342.219 membros ONE que assinaram as petições pedindo ao G8 para combater a desnutrição e desencadear uma revolução transparência fez também sua presença sentida, e ajudou a garantir que os olhos de todo o mundo, e não apenas os da Grã-Bretanha, estavam assistindo e querendo um resultado positivo. Os Campeões da Transparência na África e na Ásia se juntaram à ONE, no sábado, para falar ao Primeiro Ministro sobre o impacto humano da falta de transparência e as suas próprias contas corajosas de combate à corrupção. E os artistas, voluntários e apoiadores que se reuniram na semana passada para a Campanha ONE agit8, revivendo grandes canções de protesto para energizar um apelo para que os líderes do G8 ajam, fizeram a sua marca e adicionaram uma nova e poderosa sensação de impulso na luta global contra a pobreza extrema.

Depois há o papel de David Cameron. Seu estilo e política podem ser diferentes do seu antecessor e a Cúpula Gleneagles 2005 permanece, por enquanto, a marca d’água para os ativistas antipobreza, tanto quanto as Cúpulas do G8 que estão na causa. Ele vai ter que assumir a responsabilidade em que a cúpula ficou aquém, assim como deveria levar o crédito onde ele assegurar. Mas ele trouxe energia e uma ideia convincente e coerente a esta presidência do G8 e a vendeu para grande parte dos seus colegas. Se ativistas cobrarem os líderes sobre os compromissos assumidos hoje como fizeram há oitos anos, e se os líderes mostrarem por suas ações o que eles queriam dizer quando os escreveram, o comunicado Lough Erne pode ainda formar um capítulo muito importante na história de como a pobreza extrema foi encerrada. Valerá a pena uma leitura. 

Por Adrian Lovett
Versão em Português: Mônica Brito

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Eles atiram balas de borracha. Ele tira fotografias poderosas.

Crédito da foto: Michel de Souza
Os protestos no Brasil ainda estão esquentando. Eles começaram em junho de 2013 por causa de aumentos de tarifas do transporte público e têm evoluído para uma enorme manifestação contra a corrupção. Confira alguns dos momentos mais poderosos do protesto.
http://www.upworthy.com/they-shoot-rubber-bullets-he-shoots-powerful-photographs?c=one1
E junte-se a ONE.

Por: Alana Karsch
Versão em Português: Li Lima